Se no início da humanidade a informação era uma questão de sobrevivência, com o surgimento das primeiras civilizações ela se tornou a chave para o poder e a dominação. O conhecimento não apenas definia o destino de sociedades, mas também começava a ser usado como uma arma estratégica. Neste capítulo, exploramos como a informação moldou os primeiros conflitos, criando as bases para o que hoje conhecemos como inteligência militar.
Um dos primeiros exemplos do uso da informação em conflitos vem do Egito Antigo. Ramsés II, durante a famosa Batalha de Qadesh (1274 a.C.), enfrentou os hititas em um dos maiores confrontos da Idade do Bronze. Antes da batalha, espiões hititas foram capturados e, em uma jogada estratégica, forneceram informações falsas sobre o posicionamento das tropas inimigas. Ramsés, convencido de que estava marchando para uma vitória fácil, caiu em uma emboscada quase fatal.
Este evento marcou uma lição histórica: informação falsa pode ser tão poderosa quanto a verdadeira. A guerra não era mais apenas uma questão de força física; era um jogo de mentes.
Na Grécia, a informação tinha um papel duplo: estratégico e simbólico. O Oráculo de Delfos, consultado por líderes antes de grandes decisões, era visto como uma fonte divina de informação. Embora suas profecias fossem muitas vezes ambíguas, elas influenciavam decisões políticas e militares.
Um exemplo famoso foi a batalha contra os persas em 480 a.C. O rei espartano Leônidas, ao enfrentar o gigantesco exército de Xerxes em Termópilas, baseou-se em parte na interpretação de profecias. Mesmo em desvantagem, ele entendeu que a informação — ou a crença nela — poderia unir os gregos em uma resistência heroica que ecoa até hoje.
No século 5 a.C., Sun Tzu, um general e estrategista chinês, escreveu A Arte da Guerra, um tratado que se tornaria a base do pensamento militar moderno. Uma das máximas mais famosas do livro é:
“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.”
Sun Tzu entendeu que a informação é a chave para a vitória. Conhecer as fraquezas e estratégias do adversário, além de manter suas próprias informações protegidas, era a diferença entre vitória e derrota. Esse princípio ainda é usado, não só em guerras, mas no mundo dos negócios e dos investimentos.
O Império Romano foi pioneiro em criar uma rede de informações centralizada. Mensageiros, sinais de fumaça e até torres de vigia permitiam que informações vitais percorressem grandes distâncias rapidamente. Esse sistema de comunicação foi um dos segredos do sucesso militar e administrativo de Roma.
Além disso, Roma investiu na criação de mapas e registros detalhados sobre as terras conquistadas. Informação geográfica precisa dava aos generais romanos uma vantagem tática enorme.
Esses exemplos mostram que, desde os primórdios das civilizações, a guerra pela informação era mais importante do que a guerra física. Quem detinha o conhecimento, detinha o poder. Quem controlava a narrativa, controlava o destino das nações.
Nos dias de hoje, essa batalha continua, mas em novos campos: no mercado financeiro, na política e até no entretenimento.
E no próximo capítulo, vamos explorar como a quebra de códigos durante a Segunda Guerra Mundial se tornou um dos momentos mais críticos da história da informação. Prepare-se para conhecer Alan Turing e a máquina Enigma — e como o poder dos dados salvou milhões de vidas.
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