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Fusões e Aquisições no Mercado de FIIs: O Caso SARE11 e BTLG11

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O mercado de fundos de investimento imobiliário (FIIs) no Brasil vive um momento de consolidação em 2025, impulsionado pela alta da Selic (projetada em 13,75%) e incertezas fiscais que dificultam captações. Nesse cenário, fusões e aquisições têm se destacado como estratégias para destravar valor e otimizar portfólios. Um caso de grande relevância é a proposta de aquisição dos ativos do Santander Renda de Aluguéis FII (SARE11) pelo BTG Pactual Logística FII (BTLG11), anunciada em comunicados oficiais das administradoras e amplamente resumida e alertada pelo FiiAlerta aos seus usuários, garantindo que investidores estejam informados sobre os impactos dessa movimentação.

Este artigo analisa os detalhes da transação, os motivos por trás da onda de fusões, o papel do e-commerce no setor logístico e os riscos e oportunidades para os cotistas.

A Transação SARE11-BTLG11: Detalhes e Benefícios Potenciais

Conforme anunciado em fato relevante do SARE11, amplamente divulgado pelo FiiAlerta para manter seus usuários atualizados, a operação envolve a venda de todos os ativos do fundo — incluindo o Edifício Work Bela Cintra, o Galpão Logístico Utinga (Santo André) e 100% das cotas do FII TM (que detém 75% do imóvel WT Morumbi) — ao BTLG11 por R$ 475,95 milhões. Os cotistas do SARE11 podem optar por receber o pagamento em cotas do BTLG11 ou em moeda corrente (R$ 408,71 milhões, sujeito a ajustes). A proposta, que será votada em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) até 10 de junho de 2025, prevê a liquidação do SARE11 e a amortização de suas cotas.

Para os cotistas do SARE11, a transação pode destravar valor, já que o fundo é negociado com desconto: em abril de 2025, a cota de mercado estava em R$ 4,75, contra um valor patrimonial de R$ 7,85. A S3 Caceis Brasil DTVM, administradora do SARE11, destaca que a proposta do BTG Pactual, selecionada após um processo competitivo com 63 participantes e 11 ofertas, oferece a melhor relação 'risco-retorno', apesar do desconto. A aquisição inclui o galpão logístico em Santo André, com 51% de ocupação garantida por um contrato atípico de 20 anos, que pode gerar sinergias com o portfólio do BTLG11.

Essas informações, detalhadas nos relatórios das administradoras, foram prontamente resumidas pelo FiiAlerta, ajudando investidores a entenderem o potencial da operação.

Para o BTLG11, a aquisição reforça sua estratégia no setor logístico, aquecido pelo e-commerce. Com patrimônio líquido de R$ 4,5 bilhões e valor patrimonial por cota de R$ 104,00, o fundo apresenta vacância próxima de 0% e inadimplência nula, conforme destacado em seu informe trimestral, também alertado pelo FiiAlerta. A gestão do BTLG11 vê a operação como uma chance de aumentar liquidez, fortalecer o caixa e preparar o fundo para futuras aquisições, mantendo o crescimento iniciado em 2019.

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Por que Fusões Estão em Alta no Mercado de FIIs?

A consolidação no mercado de FIIs reflete o ambiente desafiador de 2025. A alta da Selic pressiona o valor dos imóveis, reduzindo o preço das cotas e dificultando emissões. Gestores como Rodrigo Possenti, da Fator Administração de Recursos, preveem que fusões continuarão crescendo, pois otimizam portfólios e reduzem custos. No caso do SARE11, a baixa adesão dos cotistas em assembleias (apenas 0,0131% das cotas participaram da AGO de maio de 2025 pode ter motivado a proposta de liquidação, já que o desengajamento dificulta decisões estratégicas.

O setor logístico, foco do BTLG11, mantém resiliência devido à demanda do e-commerce, contrastando com a alta vacância em lajes corporativas, como o WT Morumbi do SARE11 (26,5% de vacância financeira). Fusões como essa permitem que fundos com ativos menos performáticos sejam absorvidos por players robustos, criando portfólios mais rentáveis.

O Papel do E-commerce no Setor Logístico

O e-commerce é um dos principais motores do setor de galpões logísticos. Em 2025, o crescimento do varejo online impulsiona a demanda por centros de distribuição, como o Galpão Logístico Utinga do SARE11. Esse imóvel, with 51% de ocupação assegurada por um contrato atípico de 20 anos (renovável por mais 20), deve gerar R$ 460 mil mensais após o período de carência, reduzindo a vacância física para 49%, conforme fato relevante divulgado e sintetizado pelo FiiAlerta. A localização em Santo André, próxima a São Paulo, é ideal para a logística de última milha, essencial para entregas rápidas.

O BTLG11, com imóveis em estados como São Paulo, Santa Catarina e Ceará, já capitaliza essa tendência. Seus contratos, majoritariamente indexados ao IGP-M, incluem cláusulas de revisão de aluguel, garantindo estabilidade de receita. A aquisição do galpão do SARE11 amplia sua exposição a esse setor resiliente, como destacado nos informes do BTLG11 e alertado pelo FiiAlerta aos usuários da plataforma.

Riscos e Oportunidades para os Cotistas

Oportunidades

  • Para cotistas do SARE11: Converter cotas em BTLG11 pode oferecer maior liquidez (R$ 906,58 mil diários em abril de 2025) e exposição a um fundo mais sólido (cota de R$ 100,57, dividend yield mensal de 0,78%). Apesar da valorização de 29,8% da cota do SARE11 em 2025, o BTLG11 é mais estável.

  • Para cotistas do BTLG11: A aquisição a preço competitivo pode elevar o dividend yield e o valor patrimonial, além de diversificar o portfólio.

  • Sinergias: A integração do galpão de Santo André pode reduzir custos e aumentar a rentabilidade no longo prazo.

Riscos

  • Desconto na transação: O valor de R$ 475,95 milhões é inferior ao patrimônio líquido do SARE11 (R$ 725,09 milhões), o que pode frustrar cotistas.

  • Condições precedentes: A operação depende de diligências e aprovações regulatórias, com risco de ajustes ou cancelamento.

  • Baixa participação: A histórica baixa adesão dos cotistas do SARE11 pode comprometer o quórum necessário (25% para liquidação, maioria para pagamento em cotas).

  • Gestão de ativos herdados: O WT Morumbi, com alta vacância, pode pressionar os resultados do BTLG11 se a locação não avançar.

O que Avaliar Antes de Votar na Assembleia?

Os cotistas do SARE11 devem considerar os seguintes pontos ao votar na AGE, com base nas informações detalhadas pelo FiiAlerta:

  1. Perspectiva de longo prazo: As cotas do BTLG11 oferecem liquidez e exposição a um setor resiliente, mas o pagamento em dinheiro pode ser ideal para quem busca liquidez imediata.

  2. Desconto versus potencial: Apesar do desconto, o BTLG11 tem histórico de valorização e gestão ativa, o que pode compensar no futuro.

  3. Riscos macroeconômicos: A Selic elevada e a incerteza fiscal pressionam o mercado, tornando a consolidação uma saída estratégica.

  4. Engajamento: A baixa participação histórica reforça a importância de votar até 6 de junho de 2025 via sistema da B3, como alertado pelo FiiAlerta para mobilizar investidores.

Conclusão

A proposta de aquisição do SARE11 pelo BTLG11, cuidadosamente resumida e comunicada pelo FiiAlerta aos seus usuários, reflete a consolidação no mercado de FIIs, impulsionada por desafios econômicos e pela força do setor logístico. A operação oferece oportunidades de maior liquidez e rentabilidade, mas exige atenção aos riscos, como o desconto na transação e a gestão de ativos herdados.

O sucesso da fusão dependerá da aprovação dos cotistas e da integração dos ativos pelo BTLG11, aproveitando o e-commerce para gerar valor. Este caso destaca a importância de plataformas como o FiiAlerta, que mantêm investidores informados e engajados em decisões cruciais, promovendo transparência e agilidade no acompanhamento do mercado de FIIs.